ESPECIAL INDÚSTRIA: Indústria de MS cultiva "floresta de vagas" que cresceu mesmo durante a pandemia
Uma boa parte das oportunidades veio na obra da nova fábrica que se ergue a beira da BR-262 em Ribas do Rio Pardo.
Por: Rosana Siqueira
Ribas do Rio Pardo - MS, 13 de Setembro de 2021
Uma floresta de vagas se descortina na paisagem arenosa da Costa Leste de Mato Grosso do Sul. Um maciço de oportunidades de trabalho que não se dobrou nem mesmo diante da pandemia do covid-19. Sob a sombra de mais de 1,1 milhão de hectares de eucaliptos cultivados no Estado, a indústria do papel e da celulose gerou mais de duas mil oportunidades de empregos somente neste ano. Alicerçada numa demanda forte que veio desde maior uso de papel higiênico até produtos como receitas médicas, a indústria de celulose se reiventou, se automatizou e nao deixou as máquinas pararem.
Somente no ano passado, a Suzano gerou mais de 1,3 mil vagas de empregos em todo o Estado, sendo 217 delas para o setor industrial e 1.094 para atender ao setor florestal da empresa. Uma boa parte das oportunidades veio na obra da nova fábrica que se ergue a beira da BR-262 em Ribas do Rio Pardo. Quem vê o vai e vem de máquinas e trabalhadores não imagina o malabarismo para manter as fortes medidas de biossegurança no local.
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O gerente executivo de Operações Florestais da Suzano em Mato Grosso do Sul Jansen Barrozo destaca que em meio à tantas incertezas geradas pela pandemia, o grupo encerrou 2020 com um saldo bastante positivo de geração de empregos. "A maioria dessas contratações são de pessoas moradoras dos municípios como Três Lagoas e região, onde estão concentradas nossas operações, o que reforça o nosso compromisso com o desenvolvimento local, ainda mais em um período como o que estamos vivendo. O resultado das nossas operações, seja na indústria ou no campo, contribuem diretamente para amenizar os impactos da pandemia na economia estadual", explicou.
Com duas fábricas em operação em Três Lagoas, que somam uma capacidade produtiva de 3,25 milhões de celulose por ano, a Suzano é responsável hoje pela manutenção de mais de 6 mil empregos entre diretos e indiretos, o que ajuda a movimentar outros setores da economia, como comércio, serviços, alimentação, entre outros, somente em Mato Grosso do Sul.
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Ao todo, a empresa possui 10 fábricas em operação, além da joint operation Veracel, e mantém hoje 35 mil postos de trabalho diretos e indiretos em diversos estados brasileiros. A companhia, líder mundial na fabricação de celulose do eucalipto e uma das maiores produtoras de papel da América Latina, tem uma capacidade instalada de 10,9 milhões de toneladas de celulose e 1,4 milhão de tonelada de papeis por anos, que são exportadas para 80 países do globo.
Contrata-se
No outro lado da mesma cadeia produtiva, a Eldorado Brasil também segue contratando profissionais para operação florestal, industrial, de transporte e portuária. Na semana passada, a empresa trouxe 190 vagas para início imediato, a maioria em Três Lagoas, com posições abertas para ajudante e líder florestal, motorista, mecânico, borracheiro, soldador, entre outras. O processo seletivo busca ainda analistas de logística, suprimentos, além de supervisores de vigilância patrimonial, de serviços gerais, logística e também de manutenção.
Somente neste ano, a Eldorado Brasil já contratou mais de 1.300 profissionais para atuar em suas operações, adotando rigorosos protocolos sanitários em todo o processo seletivo, com foco na segurança dos candidatos e funcionários.
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“Ao seguir contratando, a Eldorado contribui para a geração de empregos e recuperação da renda formal em Mato Grosso do Sul. Não por acaso, estamos entre os setores que mais empregam no Estado”, avalia Élcio Trajano Jr, diretor de Recursos Humanos, Sustentabilidade e Comunicação da empresa.
Sozinha, a Eldorado tem mais de cinco mil colaboradores em MS. A companhia possui mais de 200 mil hectares de florestas plantadas e outros mais de 100 mil hectares de áreas de conservadas em Mato Grosso do Sul. A fábrica de celulose com capacidade para produzir mais de 1,7 milhão de toneladas de celulose por ano e a Usina Termelétrica Onça Pintada, com capacidade para gerar 50 megawatts de energia elétrica limpa, ficam no site industrial da companhia em Três Lagoas.
"O caminhão não tem gênero", diz motorista que pilota hexatrem de madeira
Confiar, se qualificar e não esperar o bonde passar. Ou melhor o hexatrem, uma especíe de caminhão gigante que carrega toras imensas de madeira, passar. Este é o lema de Marcela Costa Coimbra Lopes, 38 anos, motorista da fábrica de celulose que pilota este tipo de veículo que é o maior caminhão do Brasil e um dos maiores do mundo no setor de transporte de madeira. Ela já atuou em outras áreas como vendedora, auxiliar de produção, mas foi na carreira de motorista que encontrou sua realização profissional.
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“Estou trabalhando presencialmente, mas a Suzano realiza a higienização total do caminhão na troca de motoristas, temos álcool em gel nos caminhões e máscaras à disposição. Esse cuidado com a equipe e o apoio que recebo dos meus supervisores são muito importantes”, ressalta.
“O caminhão não tem gênero. Hoje, qualquer um pode dirigir um caminhão, eles quase faltam falar com tanta tecnologia. Então, não tem motivo para as mulheres não participarem. Para a pessoa que dirige um caminhão, tem sempre a expectativa de pegar um maior. E hoje eu estou no hexatrem! Então, é motivo de muita satisfação. E se engana quem pensa que precisa de indicação ou que as empresas não contratam mulheres. Eu mesma me inscrevi on-line, enviei meu currículo pelo site da Suzano e, pouquíssimo tempo depois, fui chamada. Foi uma felicidade. Tem que ter confiança e estar qualificada que as oportunidades chegam”, finaliza. (RS)