Venezuelanos chegam a MS em busca de oportunidades: 'Um dia, quero que minha família possa vir também'
No total, 130 venezuelanos viajaram de Pacaraima (RR) até Dourados (MS). A maioria irá trabalhar em uma indústria do setor de alimentos.
A primeira parada em Mato Grosso do Sul após deixar o abrigo em Pacaraima (RR), foi no aeroporto de Campo Grande (MS). A segunda parte da viagem para a casa nova foi em ônibus do exército. No total, 130 venezuelanos viajaram da capital até Dourados (MS) em três ônibus, o clima era de festa e eles cantavam o hino da Venezuela.
Esperando os imigrantes, no pátio de uma igreja evangélica da cidade, 100 voluntários preparam um almoço para uma recepção especial. Cada um usava um crachá, simbolizando a união de dois países. Para Ledy Jara, uma das voluntárias, a importância de uma boa acolhida é fundamental.
"Estamos ansiosos com a chegada deles, passamos meses preparando as boas vindas e todos irão se sentir acolhidos".
O desembarque começou próximo ao horário do almoço . Esse foi o primeiro passo de uma vida nova para o estudante William Antônio, de 24 anos, que estava há dois meses em um abrigo para refugiados em Pacaraima. O coração do jovem sofre por ter deixado a família, mas também se enche de esperança com a nova vida.
"Estou confiante que tudo dê certo, para que um dia, se Deus permitir, minha família possa vir também".
O momento também foi de reencontros, o abraço cheio de saudade e emoção marcou o reencontro entre José Martinez e Maria Martinez . Os irmãos não se viam há dois meses, Maria veio para Dourados em janeiro, com o primeiro grupo de venezuelanos, o irmão mais velho só conseguiu vir depois.
"Buscamos uma vida nova para nós e para nossa família, que está na Venezuela. Queremos ajudar nossa mãe e todos os familiares".
Os irmãos João e Maria se reencontraram após ele ser selecionado e vir para Dourados (MS) — Foto: TV Morena/Reprodução
Maria lembra que a separação da família foi muito difícil, e que ficou emocionada quando soube que o irmão fora selecionado para vir para o Brasil, e muito mais feliz por estarem na mesma cidade.
"Cheguei no Brasil no primeiro grupo de integração e viajei primeiro que ele, já estou quase 2 meses aqui, dois meses que não o via. Me emocionou muito quando me disseram que ele foi selecionado, e mais ainda quando soube que vinha para Dourados, vamos trabalhar juntos. Estou muito agradecida porque é muito difícil estar separado da família".
O Exército Brasileiro e a Agência de refugiados da ONU acompanharam os venezuelanos durante toda a viagem. A transferência deles, para 50 cidades brasileiras faz parte da Operação Acolhida, mais de cinco mil venezuelanos tentam reconstruir a vida no Brasil.
De acordo com Silvia Sander, porta voz da Agência da ONU para refugiados, todo o processo é acompanhado. No processo de interiorização, os imigrantes saem com ofertas de trabalho nas cidades em que serão acolhidos.
Após o almoço, o momento de conhecer as novas casas, são nove apartamentos em um condomínio, desses, 7 foram alugados para 35 venezuelanos. No primeiro mês, a Agência para refugiados paga os aluguéis e arca com todos os custos. Depois, as famílias precisam se manter com a renda do trabalho. Antes de entrar na casas, eles recebem orientações.
Por G1/MS